Por que as heurísticas de Nielsen são importantes para seu UI/UX?

Explorar o nicho de mercado do cliente é o primeiro objetivo para iniciar a tarefa de aplicação e consolidação das heurísticas de Nielsen (1994a) que compreendem em mapear situações favoráveis ou de risco para aplicar em seu produto ou sistema.

“ a interface de usuário deve ser entendida como sendo a parte de um sistema computacional com a qual uma pessoa entra em contato — física, perceptiva ou conceitualmente” -(Moran, 1981).

O usuário é uma pessoa portanto perceptivamente ele precisa se sentir bem quando estiver em contato com a interface.

Visibilidade do status do sistema

O sistema deve manter o usuário informado sobre o que está ocorrendo no momento que está sendo desempenhada determinada função ou tarefa. Mostrar o status visível, legível e consistente utilizando comunicação humana, não técnica, cria-se transparência e confiança entre o usuário e sistema.

Caso o usuário desejar alterar o status poderá faze-lo com mais confiança, a alteração e a simples função de apresentação do status na interface traz conhecimento, é poder para o usuário. Não ter conhecimento sobre a informação, tira o controle da tarefa realizada, como não mostrar o status é como se não tivesse realizado a ação. Pode ser citado o exemplo de realização de compras em algum e-commerce , quando adicionada a compra ao carrinho é retornada alguma tooltip com status da tarefa. Esse feedback deve ocorre para não gerar confusão como por exemplo o usuário colocar duas vezes o produto no carrinho por não saber se ocorreu a tarefa com sucesso.

Compatibilidade e conversação sistema e usuário

Utilizar comunicação técnica ou mecânica não auxilia o usuário a compreender o que ele deve realizar e deve-se conversar com um profissional de UX ou gestor de padrões de Interface. Ao citar o profissional de UX também podemos nos contrapor pois ele compreende que deve realizar a pesquisa para saber quem é o usuário, no entanto ele acaba utilizando suas próprias interpretações, é o que nunca deve ocorrer.

A linguagem é algo tão particular e pessoal sendo de modo geral cultural que não pode ser levada em conta uma única situação. Devemos evitar utilizar palavras muito técnicas que façam com que o usuário precise fazer uma pesquisa adicional para descobrir o que foi escrito. Além disso deve ser levado em conta a familiaridade que ele possui com elementos físicos e do seus dia a dia.

Controle para o usuário

Trazer para usuário o controle da interface como por exemplo saídas rápidas de algo que estava sendo realizado porém ele não poderá mais terminar e precisar sair daquela tarefa sem preencher tudo, o usuário não vai querer responder um questionário para isso.

Padronização e consistência de informações

Manter um padrão de elementos globais já utilizados pelo usuário é uma excelente estratégia para que o usuário não se perder em seu modelo mental.

A padronização deve seguir um minimo de regras de usabilidade praticadas globalmente, citando por exemplo o caso do farol de segurança e suas cores. Na world wide web não é diferente, aliar o útil ao necessário com padrões de design para estabelecer harmonia sob o que já conhecemos.

Os padrões a se seguir incluem:

• Trazer exemplos e ilustrações que realmente são os aplicáveis, não deixando dúvidas sobre sua usabilidade;
• Ter uma lista para verificação se o padrão está sendo seguindo;
• Cumprir com padrões de design mais populares, que garantem o entendimento do usuário, mais próximo do que a grande maioria dos usuários conhece, evitando que se torne uma interface não usual;
• Possuir ferramentas de desenvolvimento e modelos que facilitam o cumprimento do padrão;
• Sempre possuir uma boa lista de links com conteúdo suplementar;
• Ter um especialista em padrões e normas para inspecionar se foram seguidas, pois cada designer e desenvolver pode ter sua própria interpretação que considera correta sobre o padrão.

É importante lembrar também que possuem os padrões da intranet como diretrizes, incluindo as regras da W3C.

Prevenção de erros

Quando você se depara com uma mensagem em uma interface, lê rapidamente e concorda, porém a ação que ocorreu foi diferente e você teve que acionar um suporte ao usuário. É decepcionante. Eliminar essas condições e se certificar que o usuário entendera a mensagem deve ser prioridade. A interface deve comunicar mensagens claras e acionáveis.

Os usuários cometem em uma classificação dois tipos de erros, aqueles ocasionados por deslizes, falta de atenção ao realizar a ação e erros conscientes quando se entende mal a função daquela interface. Falta de informação, sendo incompleta acarreta tarefas incorretas, principalmente quando o modelo mental do usuário não corresponde com aquele criado, ou seja, falta de estudo do público-alvo como um todo, gera falta de entendimento.

Sugestões de pesquisa

Algumas diretrizes de Nielsen (1994a), podem ser seguidas para prevenção de erros como incluir algumas restrições nas escolhas, oferecer sugestões para inserção de dados, escolher um bom padrão de execução de tarefas principalmente as repetitivas e utilizar máscaras para formatação de dados, pois visivelmente condiz com a informação que deve ser inserida.

Reconhecimento do usuário

O reconhecimento está diretamente ligado com a facilidade que possuímos em recuperar memórias e reunimos uma divisão das lembranças em três partes principais:

• Prática: quantas vezes essa memória foi acessada no passado;
• Recente: como recentemente essa memória foi acessada e utilizada;
• Contexto: qual o foco de atenção daquela pessoa no momento.

Cada um desses fatores influência no reconhecimento e acesso as memórias, principalmente a prática, que condiz com o número de vezes que a memória foi acessada, fixando o caso.

A associação de memórias interconectadas faz com a lembrança de situações,palavras e os sentidos sejam ativos e essas memórias criam conexões de reconhecimento muito maiores.

O reconhecimento está diretamente ligado com facilidade de recuperação de memórias e a frequência com que encontramos essas informações, se usamos recentemente e em qual contexto se encontra, contextos mais ricos promovem a recuperação mais rápida de memórias.

Um exemplo interessante é um sistema de menus agregado à símbolos, como em geradores de texto e planilhas que todo o menu possui a estruturação de ícones sendo um exemplo de reconhecimento rápido, pois quando precisamos do negrito sabemos que é um B maiúsculo mais escuro e encorporado, cada função possui sua simbologia sem necessidade de descrições adicionais.

Flexibilidade e usabilidade

Quando uma aplicação agiliza e facilita nossas vidas nos levando rapidamente onde precisamos, falamos de flexibilidade.

Um exemplo atual dessa utilidade aliada a flexibilidade é o aplicativo mobile da NuBank, que é fácil, rápido e com poucas interfaces bem práticas, atendendo ao seu público-alvo. Em um toque você navega na interface inicial possuindo acesso ao menu interativo com diversas funcionalidades e uma grande parte dela com ícones para facilitar o reconhecimento, além de alterar informações em menos de 3 toques ao smart. Minimizar o aprofundamento de níveis dentro das aplicações reduz o estresse do usuário,e garante que ele utilize menos tempo realizando aquela tarefa. Ao flexibilizar você traz junto com a interface a utilidade principal daquela ferramenta, reduz a aplicação à sua função principal que é ser usado para tarefas únicas e rápidas.

Estética e design minimalista

As informações contidas na interface devem ser relevantes e necessárias. Cada unidade de informação deve possuir relevância, caso for optado por adicionar algum elemento adicional de informação extra é necessário frisar que estará competindo com toda estrutura estética da interface, portanto é necessário manter cuidado extra ao alterar a estática da interface, pois ,

Menos é Mais

Focar na utilidade e no minimalismo estético auxilia no processo de reconhecimento pois o usuário memoriza o que é realmente importante para ele.

Outro cuidado extra é nas cores que são inseridas no sistema ou produto como um todo, o cérebro humano memoriza três cores em conjunto que façam parte de um conjunto óptico associativo, mais que três cores já é excesso, citando essa situação para wireframe como um todo.

Ajude os usuários

Reconhecimento, diagnóstico e recuperação de erros por meio de mensagens de erro com linguagem simples e clara, indicando precisamente onde está o problema, dando a oportunidade para o usuário acessar novamente a interface, realizar a correção em locais específicos que ocorreu o erro e recuperar os dados da interface sem precisar inserir toda informação novamente e sem solicitação de auxilio extra.

Deve ser evitado mensagens de erro que deixem o usuário perdido sobre o status da ocorrência, como ocorre nas mensagens de retorno de e-mail quando o destinatário não existe. Observe o formato confuso e com validação técnica em sua resposta.

• A linguagem deve ser clara como já foi citado e portanto não técnica como “500 -Time Out”.
• Frases escritas corretamente que não culpem o usuário ou redução suas ações;
• A descrição do problema deve ser da forma mais exata possível, e caso não for possível tratar a exceção deve-se inserir um plano de ação com contate o suporte do usuário.
• Conselhos construtivos devem ser adicionados em alguns casos, como a falta de algum produto que pode ser restabelecimento mais tarde, colocar a opção de envio de e-mail para recebe-lo quando ocorrer reposição de mercadoria.

Quando a mensagem de erro não possui totalidade da ação a ser realizada podem ser inseridos hiperlinks para auxiliar e educar o usuário, pois quando tem dificuldades fara a leitura da documentação, além de ser uma forma de transmitir conhecimento ao usuário.

Ajuda e documentação

A documentação deve ser exigida em sistemas mesmo que a complexidade seja baixa para sua utilização.As informações devem ser fáceis de serem pesquisadas e lidas, focadas nas tarefas do usuário e não serem muito delongadas.

Conclusão

As heurísticas de Jakob Nielsen não são a regra geral ditada para sua pesquisa de avaliação de UX, porém se seguidas auxiliam muito o processo de descoberta da melhor estrutura para aplicação nas interfaces adaptadas conforme aprovação dos usuários e reduzem estresses significados em diversas áreas, além da descoberta de novas funcionalidades para o seu produto.

Fonte: NNGroup ,Undraw